
O frio ressecou meus lábios, a garganta pedindo água, e então os olhos se irritaram, abriam e fechavam bem mais rápido do que meu controle, assim, a percepção mandou sinais que despertaram a minha curiosidade: são sintomas do mau tempo ou ansiedade repentina? A resposta nem eu mesma imaginava, viria no próximo instante, uma voz calmamente penetrava nos meus escondidos desejos, porque se a gente se descuida, vai-se o medo e novas vontades tomam conta do que ainda nem sabemos, se é prazer ou veneno, a loucura é vontade sem limites e a perpetuação da liberdade que tanto se quer não existe em quem não se permite de prazer morrer.
Molho agora outros cantos, entretanto, sem as penitências ou autorização do meu lado perfeito, porque todo normal enlouquece um dia pelo menos, e é quando a gente se sente vivo demais, ansioso demais ou nos amando ainda mais que todos os prazeres se materializam, porque se amar é se encontrar numa corda bamba, a linha tênue que existe entre o querer e o ser depende muito desse amor sentido, como música ao ouvido de quem não mais quer tanto silêncio ou murmurinho de quem não tem nada à dizer, enfim, descobri que sozinho s só estamos se a imaginação for embora, enquanto os sentidos lhe excitarem a ponto de regar os lábios, a garganta e os olhos, me permitirei às tentações que me proporcionarão todo os encantos dessa louca e deliciosa maneira de viver.
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