segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Pés descalços sentem melhor a terra O corpo ereto afasta o veneno, o medo, preserva segredos que nem mesmo nós queremos guardar. Esquecer é ser corajoso, lembrar provoca o desgosto de ter acreditado que se a cabeça repousa quando o corpo descansa, um nó se dá e nada mais desata, confiamos demais na lousa do coração que muito vadio, deixou um vazio que não se preenche nunca mais, o que se apaga na mágoa , vem da alma, melhor deixar pra lá... Deixa seguir vagabundo, desnudo, E como já não mais me pertence, se é que algum dia pertenceu, voa em bando, logrou da minha caríssima liberdade e agora queima, dor absurda, ou nunca ou nada! Nunca mais não existe, tão certo é perder um pedaço que me foi arrancado, deixo esse vazio ali, intocado, vai me ensinar um bocado, vai me afastando das pífias querelas, o meu lado santo comete pecados, e os desencarnados... Ah... estes não voltarão jamais! (Ana Egito)