quinta-feira, 28 de junho de 2012


Espetacular o último episódio de AS BRASILEIRAS, interpretações marcantes apesar de um tempo pequeno, julgamos admirar esses tão bons atores por mais, penso que necessitamos disso. Daniel Filho escreveu o episódio em homenagem a sua mãe, também atriz que faleceu recentemente aos 101 anos de idade, ela certamente se emocionaria e aplaudiria a participação de Paulo José e Pedro Paulo Rangel, e ainda chegaria às lágrimas num misto de riso e amor ao ver a tão majestosa Fernanda Montenegro. Muito Bom!

MAIS E MELHORES DIAS

Aos poucos as imagens que colecionamos ao longo do dia vem nos traçando rugas, marcas expressivas, e é difícil entender o caminho dessa nova sociedade onde a crueldade, o sarcasmo, desleixo e abandono andam lado a lado.  Até mesmo a publicidade antes deliciosamente esperada nos intervalos televisivos sequer seguem padrões éticos e morais. É verdade que a população de idosos no mundo inteiro aumentou, conseguimos nos avanços da medicina prolongar a vida driblando e acertando o que antes nem mesmo era conhecido, agora é mapeado, não seria então proveitoso que pudessemos explorar todos os conhecimentos adquiridos por estas pessoas ao longo de longas décadas, quantas mudanças políticas, sociais, culturais?  Ok, vamos trazer os fatos à essa conversa:  você viu o Pelé estrear nos campos aos 17 anos, ficou boqueaberto com os dribles do Garrincha, assistiu aos sábados os programas cheios de alegria e energia do Cassino do Chacrinha? Assistiu O Último Tango em Paris, Um Bonde Chamado Desejo ou ainda o premiado Touro Indomável? O que você sabe sobre Al Capone, Stalin, Hitler, o IRA, e sobre os Beatles, Rolling Stones, Woodstock, a história do Jazz, Blues, como nasceu o Samba, que Cartola e Nelson Cavaquinho eram semi-analfabetos e compuseram belíssimas composições cujas letras até hoje retratam uma realidade ainda atual, que ouviam música clássica por saberem o que é bom? Mesmo os menos afortunados tinham o rádio ao seu lado, com âncoras que narraram com maestria tanto as informações do cotidiano como as primeiras radionovelas, os jornais eram disputados e discutidos em todos os ambientes, e o vocabulário era rico, porque rica era qualidade de vida da própria natureza do mundo. Ufa, não dá para enumerar as riquezas que nós guardamos em nossa memória, que saudade de merendar macarrão com salsicha, peixe com arroz branco, chamar a professora de Tia e voltar prá casa e comer o bolo de laranja da minha avó...
Antes de ridicularizar um idoso numa propaganda de carro mandando o "laranja" atender a "velhinha", pense em quem você será daqui há alguns anos, um cibernético com um vocabulário de gírias, comendo quentinha do fast-food, colecionando fotos digitais e viajando em 3D, usando uma foto de um desconhecido de 20 e poucos anos que malha o dia inteiro e não aguenta segurar um livro, pra bater papo com as piriguetes on line. Então, que tal convidar a pessoa mais próxima e mais experiente pra almoçar com você e depois de um longo papo cheio de boas estórias levá-la pra casa, dar-lhe um abraço aconchegante e deixá-la sentir importante pra alguém? Pronto, falei!

sábado, 16 de junho de 2012

SER MULHER

É uma pena que ainda a mulher a cada passo esbarre em obstáculos devidamente colocados por uma sociedade arrastada de um percentual também ainda alto neste pobre país, não bastasse a pobreza, miséria, as quais já nos acostumamos a ver por décadas, cresce ainda mais ignorância, a deseducação, o flagelo humano, e o pior, a despreocupação pelo caráter e o respeito. Ser mulher não significa ser fêmea, nem mesmo desfavorecida, nem tampouco burra. Se por um lado lutamos por homogeneidade, não devemos fazer de qualquer artifício físico uma qualidade em exposição, se conseguimos uma postura de liderança, não deveríamos usar de fragilidade ou sentimentalismo para questões que se resolvem apenas com bom senso e análise crítica consciente, se ainda nos falta reconhecimento da nossa capacidade de empreendedorismo, não seria certo aceitar qualquer remuneração pela condição de cinderela, gata borralheira ou Tia Anastácia. Ao deixar-se embrenhar por estória torpes a mulher perde um pouco da sua clareza, vendo o julgado (a) somente pelas aflições de quem as traduz, e como num labirinto joga o outro sem lhe oferecer saída, negando-lhe toda e qualquer forma de defesa, alimentando-se da esperteza que o estoriador lhe oferece como banquete e minando sua própria capacidade de pensar, refletir e agir com justiça sobre os fatos.O amor é um sentimento que se conquista aos poucos, por si, por outros, por muitos, a paz é um estado em que podemos nos encontrar com mais facilidade do que pensamos, a sabedoria só é alimentada se buscamos conhecimento, se querer ser livre é não ter qualquer responsabilidade sobre alguém seríamos então todos psicopatas, desprovidos de qualquer sentimento, pois durante toda a vida não haverá uma única vez que não haja alguém em seu pensamento, para se querer bem, para ensinar o que este ainda não aprendeu, para oferecer a mão ou a comida a quem não esteja forte ou capaz, e se isso não  "coisa de mulher", digo que conheço alguns muitos homens que o fazem sem pensar em qualquer condição social, cultural, sem medo de se expor como bobo ou samaritano, acho que isso incomoda mais a quem não se decidiu em o que ser, como fazer, nem como aprender a viver. 
Lembremos então, não há caminho sem obstáculos mas haverá soluções para vencê-los, não esperança para quem não tem fé, mas temos que acreditar e lutar por um ideal, não há limites para quem busca a glória, o sucesso, mas ela depende da sorte e se você não andar com ela nos apliques dos seus cabelos... vá tentando infinitamente outros caminhos, com certeza em algum lugar você vai chegar.

Eumir Deodato Trio - Also Sprash Zarathustra (R. Strauss) - Instrumental...