A escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas, além de também ser palco de grandes eventos esportivos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo está em colapso. Ao ser eleito Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, o discurso de Eduardo Paes era o choque de ordem, e teve como seu principal escudeiro o então secretário de ordem urbana Rodrigo Bethlem, em inflamadas entrevistas, o Prefeito do Rio de Janeiro prometeu uma "limpa" nas ruas da cidade, que habitava além dos moradores de rua, flanelinhas, vendedores ambulantes em sinais de trânsito, e uma série de irregularidades que transformavam o ir e vir do Carioca num jogo perigoso como os games enfurecedores que desafiam o reflexo do jogador. Mais uma vez, os contribuintes da cidade maravilhosa ficaram mesmo a ver navios, e com uma dupla que ascendeu ainda jovem na administração de uma metrópole, prefeito e governador se uniram pelo "bem" de um Estado, os problemas não tão jovens, cresceram em uma dimensão desproporcional às soluções propostas, chegando à beira do caos em assuntos de suma importância do cotidiano dos cidadãos: saúde, educação e transporte, no último podemos citar entre os problemas mais sérios, as novas vítimas do trânsito. O transporte de ônibus é detentor de 70% do mercado, enquanto trens e metrô com um índice paupérrimo de míseros 7%, as vans restam então 18% do transporte público. O metrô carioca tem uma extensão de apenas 38 km e transporta cerca de 550 mil passageiros por dia, com um intervalo entre trens de 6 minutos, fora de qualquer padrão de transporte metroviário. Sem comparações com o sistema de transporte de outras grandes cidades, cito, além de toda precariedade, o perigo eminente dos passageiros que dependem diariamente destes meios de transporte, convivendo com motoristas imprudentes e despreparados, alucinados ao volante dos ônibus, ultrapassando sinais, colocando em risco tanto os passageiros quanto os pedestres, arriscando manobras suicidas entre outros motoristas de carros de passeio ou mesmo com carros de suas próprias frotas, e pra completar a bandalheira, donos de empresas rodoviárias omitem identificação do condutor para não ter baixas prejudicando assim o seu rentável negócio. Com dupla função, um motorista de transporte urbano tem que ter habilidades extras, embarcando passageiros, cobrando tarifas, dando troco, respeitar a sinalização, descer passageiro, e ainda cumprir o horário tabelado de suas viagens. Em contrapartida, a Lei Seca exige do motorista particular, documentação legal, nível de álcool no organismo 0% (remédios homeopáticos, bebidas alcoólicas, chocolates de licor, etc), cinto de segurança, cadeirinha para crianças que se encontrem no veículo, vistoria anual regularizada, além de, se preciso for, ser multado em qualquer situação de perigo eminente mesmo em horário adiantado da madrugada. Turistas que chegam a cidade com a ilusão de conhecer um dos maiores cartões postais do mundo, deparam-se com os flanelinhas, os vendedores ambulantes, os viciados em crack, os ladrões de rua, os comerciantes ambiciosos, a falta de policiamento, o transporte ilegal, em uma orla de dar inveja a qualquer artista plástico. Assim, estamos vendo vergonhosamente o Estado do Rio de Janeiro citado em periódicos no mundo todo como um estado violento, perigoso e sem leis, fazendo com que toda uma engrenagem que movimenta o setor turístico e profissionais como músicos, cineastas, atores, baristas, guias turísticos, artesãos, entre tantos outros, se quebre antes mesmo da partida, e fica então a indagação de como será depois de todos os eventos, em que situação ficaremos nós, que vivemos, trabalhamos e usufruímos de tudo isso? Se você pensa que tudo está ruim agora, imagine em 2016...
quinta-feira, 11 de abril de 2013
O COLAPSO DA CIDADE MARAVILHOSA
A escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas, além de também ser palco de grandes eventos esportivos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo está em colapso. Ao ser eleito Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, o discurso de Eduardo Paes era o choque de ordem, e teve como seu principal escudeiro o então secretário de ordem urbana Rodrigo Bethlem, em inflamadas entrevistas, o Prefeito do Rio de Janeiro prometeu uma "limpa" nas ruas da cidade, que habitava além dos moradores de rua, flanelinhas, vendedores ambulantes em sinais de trânsito, e uma série de irregularidades que transformavam o ir e vir do Carioca num jogo perigoso como os games enfurecedores que desafiam o reflexo do jogador. Mais uma vez, os contribuintes da cidade maravilhosa ficaram mesmo a ver navios, e com uma dupla que ascendeu ainda jovem na administração de uma metrópole, prefeito e governador se uniram pelo "bem" de um Estado, os problemas não tão jovens, cresceram em uma dimensão desproporcional às soluções propostas, chegando à beira do caos em assuntos de suma importância do cotidiano dos cidadãos: saúde, educação e transporte, no último podemos citar entre os problemas mais sérios, as novas vítimas do trânsito. O transporte de ônibus é detentor de 70% do mercado, enquanto trens e metrô com um índice paupérrimo de míseros 7%, as vans restam então 18% do transporte público. O metrô carioca tem uma extensão de apenas 38 km e transporta cerca de 550 mil passageiros por dia, com um intervalo entre trens de 6 minutos, fora de qualquer padrão de transporte metroviário. Sem comparações com o sistema de transporte de outras grandes cidades, cito, além de toda precariedade, o perigo eminente dos passageiros que dependem diariamente destes meios de transporte, convivendo com motoristas imprudentes e despreparados, alucinados ao volante dos ônibus, ultrapassando sinais, colocando em risco tanto os passageiros quanto os pedestres, arriscando manobras suicidas entre outros motoristas de carros de passeio ou mesmo com carros de suas próprias frotas, e pra completar a bandalheira, donos de empresas rodoviárias omitem identificação do condutor para não ter baixas prejudicando assim o seu rentável negócio. Com dupla função, um motorista de transporte urbano tem que ter habilidades extras, embarcando passageiros, cobrando tarifas, dando troco, respeitar a sinalização, descer passageiro, e ainda cumprir o horário tabelado de suas viagens. Em contrapartida, a Lei Seca exige do motorista particular, documentação legal, nível de álcool no organismo 0% (remédios homeopáticos, bebidas alcoólicas, chocolates de licor, etc), cinto de segurança, cadeirinha para crianças que se encontrem no veículo, vistoria anual regularizada, além de, se preciso for, ser multado em qualquer situação de perigo eminente mesmo em horário adiantado da madrugada. Turistas que chegam a cidade com a ilusão de conhecer um dos maiores cartões postais do mundo, deparam-se com os flanelinhas, os vendedores ambulantes, os viciados em crack, os ladrões de rua, os comerciantes ambiciosos, a falta de policiamento, o transporte ilegal, em uma orla de dar inveja a qualquer artista plástico. Assim, estamos vendo vergonhosamente o Estado do Rio de Janeiro citado em periódicos no mundo todo como um estado violento, perigoso e sem leis, fazendo com que toda uma engrenagem que movimenta o setor turístico e profissionais como músicos, cineastas, atores, baristas, guias turísticos, artesãos, entre tantos outros, se quebre antes mesmo da partida, e fica então a indagação de como será depois de todos os eventos, em que situação ficaremos nós, que vivemos, trabalhamos e usufruímos de tudo isso? Se você pensa que tudo está ruim agora, imagine em 2016...
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