Ser transparente passa de ser o que você é, toma uma forma
tão literal quanto o seu primeiro significado, ela se transforma nos idos anos
de muitas maneiras para ser uma só. Assim, não há quem entenda, mas se você já
passou dos 40 anos num país sem ordem ou justiça, saberá identificar cada
expressão, você é maduro, coroa, experiente, tiozão, não chama atenção pelo
charme, é identificado como culto, não pode ser sexy, isso já passou da fase
natural, agora chegou o estágio do conforto.
Se o caminho da experiência nos levasse ao céu ou inferno,
seria fácil conformarmos com o purgatório, assim teríamos escolha para desviarmos
dos carros na calçada, da fila nos bancos, porque depois dos 60, você
tem o direito de sentar até a sua vez sem que alguém urre nas suas costas,
proporíamos o auxílio dos anjos zombeteiros ou arpistas, porque a morte só é
consolada pelos próprios querubins da nossa imaginação, nada mais fará sentido
depois de ido. Porque aceitar a transparência se chegaremos lá algum dia, todos
já engatinhamos, tivemos fraldas trocadas e poderemos ainda vir a tê-las
novamente se algum esquecimento ou extravagância não suportar os nossos ossos
sobrecarregados, e nessa hora, dificilmente haverá que nos ame tanto quanto
aqueles que trocaram a primeiras, a próxima é sempre a mais difícil. Portanto,
não custa nada refletir alguns momentos do seu precioso dia, sejamos amáveis e
atenciosos, sejamos compreensivos ao enxergar que poderemos encontrar razão nas
nossas dúvidas diárias através da transparência de quem já viveu tudo que nós
estamos vivendo. Adote uma ideia mais nobre que a sua ânsia de viver 100 anos
em 10 dias, se já sabemos que nada é eterno,
é melhor valorizar a sabedoria das palavras de quem já viveu bem mais
que você...
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