Muito se fala sobre o sistema educacional no Brasil, mas à
bem da verdade, o assunto não passa de frases prontas e charges postadas nas redes sociais
que denigrem a imagem tanto do Educador quanto do sistema governamental . A barbárie ocorrida na última quinta-feira,
quando um aluno da Escola João Kopke agrediu impiedosamente a Diretora Escolar,
nos leva a uma reflexão temerosa de como lidar com a juventude do século XXI. A tecnologia avançada dispõe de inúmeras vias
de acesso a informações que podem entreter desde crianças em fase de alfabetização até idosos
que busquem informações ou pesquisas a qualquer tema de seu interesse, há
também uma extensa lista de projetos culturais acessíveis idealizadas a
públicos alvos em todas as camadas sociais, mas o que falta, é o incentivo, a
paixão e ainda o grande desinteresse das gerações que se formaram e se formam
com uma velocidade atroz nas áreas mais povoadas e menos esclarecidas de
Estados como o Rio de Janeiro, por exemplo. Num desabafo de um colega,
professor de uma Escola Municipal neste Estado, ele esclarece que foi liberada
uma verba para compra de instrumentos musicais para aulas de musica oferecidas
aos alunos da instituição, porém, os
instrumentos listados não poderiam ser trocados, são eles: 5 cavaquinhos, 1
bandolim e 1 teclado. Com o propósito de reaver as normas sobre a escolha dos
instrumentos, o Professor dirigiu-se à Direção tentando contestar, argumentando
que outros instrumentos deveriam preencher a lista, como, violão, bateria ou
percussão, visando um maior alcance de ritmos que variam da MPB à música
erudita, buscando aguçar a curiosidade dos jovens por estilos variados em que
se destacaram ao longo da história grandes compositores nacionais. Por resposta
a Secretária Escolar limitou-se a dizer que cumpre sua função com o que lhe é
determinado, que populações carentes não se interessariam por outro ritmo que
não fosse o samba ou o pagode, além do mais, para os Professores de Música a
verba se estenderia ao pagamento do salário de R$300,00 mensais.
Com um teto salarial tão baixo, com um governo corrupto, com
leis e constituição obsoletas, retrógadas, histórico de impunidades que
acobertam a violência, o abuso, e o tráfico de drogas nas instituições
educacionais, é impossível crer no desenvolvimento sócio cultural, econômico,
no fim do analfabetismo e no progresso do país. Resta a nós, pais, Educadores,
e todos que se preocupam seriamente com tudo que envolve o processo de
evolução, a sensação de impotência, a desmoralização, nos sentimos cada vez
mais insultados e encurralados por armadilhas que limitam os dotados de inteligência, aptidão e dotes
inatos, a uma sociedade injusta, cruel e permissiva, fazendo de todos uma nação
de tolos, como diz o jargão do novo governo:” Um governo de todos por um bem comum”.
A sociedade que permite limitações impostas por qualquer
ditadura, permite também que suas possibilidades de sucesso sejam diminuídas,
que seus sonhos sejam apagados, que suas expectativas se transformem num peso
morto, nos deixando mais fracos, menos contentes, mais agressivos e muito mais
alienados, e esse é o verdadeiro propósito daqueles que continuarão a enriquecer
pela migalha e o milho que todos nós continuaremos dar aos pombos e aos porcos,
pelos pobres.
S.O.S. EDUCAÇÃO!!!

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